EPIPHÂNIA NOGUEIRA
( Brasil ) Pernambuco
REVISTA DE POESIA E CRÍTICA Ano XVIII No. 18 Brasília – São Paulo – Recife — 1994.
Ex. doação do livreiro Brito – DF
SAUDADE ANCESTRAL
A saudade ancestral me trouxe ao mar,
e o líquido elemento me acolheu;
a imensidão azul foi o meu lar,
e fui peixe, e fui concha, e não fui eu.
Das ondas meu cabelo foi espuma
e brinquei nua e pura à luz da lua.
Com o verme e com o lodo me fiz uma,
e renasci, eterna, à voz que é tua.
Vivo, o incêndio do sol a água queimou,
e toda a minha vida vi arder
nesse mar onde a luz me penetrou.
E o sangue que foi água se refez;
E a carne que foi lodo quis viver;
e, à luz do sol, o mar o ser me fez.
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Página publicada em fevereiro de 2023
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